terça-feira, 23 de outubro de 2012

Rascunho

Encontrei um rapaz essa semana. Magro, cabelo avuado, barbicha. Brincalhão, sorridente, entre motivado e ingênuo. Conversamos um pouco, ele com uma mochila enorme, muitas anotações, poesias, recortes, fotos, uma agenda velha de uns cinco anos. Eu com essa barriga proeminente, barba mal feita, cabelo curto mal arrumado, cansado, um pouco mais sarcástico. Cansado. Tão cansado que nem posso manter o suspense: eu vi uma foto minha, adolescente, e li textos antigos, tão bons, que escrevi e nem lembrava. Algum tempo se passou.




segunda-feira, 1 de outubro de 2012

1/10

Cláudio Lembo:
 
"Abrir mão do voto – por ausência ao pleito ou sua anulação – é contrário a boa prática democrática. Esta exige presença e opção. Não se pode ser neutro na vida e na democracia.
Todos precisam ter um lado e, por este lado, se manifestar e atuar. Chegou-se a semana culminante do pleito municipal de 2012. É hora de decisão. As fragilidades ficaram para trás.
Não é mais tempo de elucubrações. Agora é hora de decidir."
 
 
É lindo, seu Cláudio, mas discordo.
 
Sim, de fato, todos precisam ter um lado.
Sim, de fato, se a maioria anular o pleito nem por isso será anulado.
 
Então, se todos precisam ter um lado, esse lado não precisa ser nenhum desses.
 
É direito comparecer para dizer que, se esses arremedos de candidatos e plataformas são os únicos, que seja qualquer um, porque são, no fundo todos iguais. Se não houvesse essa opção, o botão de branco não estaria lá.
 
Poetinha Linda:
 
"Não me leve a sério. Me leve à praia. Me leve para tomar um sorvete. A vida quem faz somos nós. Sou responsável por todas as minhas escolhas. E é, por isso, que sei, na vida não há garantias." 
 
 
É lindo, minha poeta, e eu concordo até o último fio de cabelo.